My long-time friend and fellow blogger Natalie d’Arbeloff volunteered to help out with this Poetry from the Other Americas series, and I jumped at the chance to add some Brazilian poems to the mix. Here are five by Oswald de Andrade that Natalie selected and translated in an admirably straight-forward way, demonstrating that one doesn’t necessarily have to be a professional poet to be a good translator. —Dave
Portuguese error
When the Portuguese arrived
In pouring rain
They clothed the Indian
What a shame!
Had it been a sunny morning
The Indian would have stripped
The Portuguese.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
*
The discovery
We followed our course on that long sea
Until the eighth day of Easter
Sailing alongside birds
We sighted land
the savages
We showed them a chicken
Almost frightening them
They didn’t want to touch it
Then they took it, stupefied
it was fun
After a dance
Diogo Dias
Did a somersault
the young whores
Three or four girls really fit very nice
With long jet-black hair
And shameless tits so high so shapely
We all had a good look at them
We were not in the least ashamed.
A descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.
*
Song of going home
My land has palm trees
Where the sea twitters
The little birds over here
Don’t sing like those over there
My land has more roses
And almost more lovers
My land has more gold
My land has more land
Gold land love and roses
I want everything my land has
God don’t let me die
Before going back home
God don’t let me die
Without seeing 15th Street again
And the progress of Sao Paulo.
Canto de regresso à pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
*
Lord
May I never be
Like the old Englishman
Over there
Asleep in an armchair
Waiting for visitors who do not come.
Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
*
3rd of May
I learned from my ten-year old son
That poetry is the discovery
Of things I’ve never seen.
3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi